INTIMIDADES NO NAMORO
Ec.
9.7-10: Vai,
pois, come com alegria o teu pão e bebe com coração contente o teu vinho, pois
já Deus se agrada das tuas obras. Em todo o tempo sejam alvas as tuas roupas, e
nunca falte o óleo sobre a tua cabeça. Goza a vida com a mulher que amas, todos
os dias da tua vida vã, os quais Deus te deu debaixo do sol, todos os dias da
tua vaidade; porque esta é a tua porção nesta vida, e no teu trabalho, que tu
fizeste debaixo do sol. Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme
as tuas forças, porque na sepultura, para onde tu vais, não há obra nem
projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma.
Quero tratar
desse assunto em dois níveis: o primeiro mais humano, carnal, no nível de
hormônios, no nível do relacionamento com o outro, mas horizontal. O outro
nível algo mais espiritual, tendo a consciência de sermos templo do Espírito de
Deus, onde Ele habita.
- Antes, algumas definições sobre Ética e Moral
DEFINIÇÃO
DO TERMO ÉTICA
Como definir
ética? Ética é a ciência (estudo/ensino) que se ocupa com a conduta
do ser humano, focando especialmente sua responsabilidade pela organização
da vida na sociedade (e perante Deus). Dr. Werner Wise, citando Rabusque,
define ética como: “ciência normativa do agir humano em vista do seu fim último”[1].
Ética
descritiva significa
que a tarefa da ética consiste em analisar e descrever a história da conduta do
ser humano. Portanto, ética descritiva constata como o ser humano
(cristão ou não) se comporta. É evidente que ética não se pode limitar apenas a
essa tarefa. Daí a expressão ética normativa.
Ética
normativa significa
que a tarefa principal da ética é perguntar: como o ser humano deve se
comportar? Neste caso está em questão a verdade. Na definição da ética
normativa podemos utilizar a seguinte colocação: ela pressupõe a existência
da verdade. Neste caso para detectá-la necessita-se de normas ou critérios
formulados a partir da verdade. Sendo assim, a ética normativa pressupõe
que o ser humano tenha a liberdade para agir desta ou daquela maneira.[2]
Ética e
Moral: Sugere-se a
união dos dois termos. Os dois estão intimamente ligados. A proposta é: A moral
deve ser reservada para nós como o conjunto de códigos ou juízos que pretende
regular, de forma reflexiva, as ações concretas das pessoas, seja no que tange
ao comportamento individual, social, ou com respeito ao relacionamento com a
natureza.
Oferecendo
normas com conteúdos concretos, a moral procura responder à questão: QUE
DEVO FAZER?
O que eu devo
fazer, a moral responde essa pergunta (dar lugar aos mais velhos, etc) tem a
ver com os costumes, os hábitos... (o que eu faço com o lixo é uma questão de
moralidade)
Algumas
questões já são definidas, são escolhas que estão definidas pela escolha social:
tomar banho, usar roupas, escovar os dentes.
Algumas
regras não estão escritas, mas todos respeitam e se organizam a partir de
determinadas convenções, pois, fazem parte delas. Quem transita entre meios
diferentes percebe as diferenças, mesmo que de forma sutil.
Ética: Constitui um segundo nível de
reflexão, que se volta para os códigos, juízo e as próprias ações morais.
Desencadeando
sempre um momento reflexivo (crítico), a pergunta relevante da ética é: POR
QUE DEVO FAZER?
Em outras
palavras, a ética tem de justificar e fundamentar, mediante a reflexão teórica,
filosófica ou teológica (reflexão conceitual e com pretensões de validade
universal), e as escolhas morais, isto é, tem de acolher o mundo moral sem sua
especificidade e sustentá-lo reflexivamente.
Ética e
moralidade vivem em estado cíclico. Quando gera um problema, isso é a crise. A
crise é um questionamento ético em relação a prática moral. Seguindo alguns
comportamentos e sempre questionando se esses comportamentos estão corretos.
A questão
ética me faz responder as seguintes questões: Devo, quero, posso. O
dever tem a ver com a questão ética, querer tem a ver com energia pessoal;
posso tem a ver com a condição (levar o lixo, etc...).
Ao fazer
esses questionamentos, isso me faz ser humano, é a imagem de Deus.
A cada dia as
escolhas se tornam mais amplas, mais complexas...
MORALISMO –
Está vinculado com uma distorção. Moralismo define, de forma crítica, toda
tentativa filosófica ou teológica que se consagra exclusivamente à moral como
um princípio fundamental e absoluto de agir.
Exclui de
antemão todos os outros aspectos da vida como moralmente irrelevantes. Ou seja,
pegar um aspecto da vida e generalizá-lo (e.g., como a pornografia na
internet). Se há pornografia na internet, isso não quer dizer que toda a
internet não serve. Ou ideias que circulam sem lógica. O moralismo “rompe” com
a idéia cíclica entre ética e moral, o livre pensar.
Vivemos toda
a vida no nível da moralidade. Às vezes questiono, mas se questionar sempre,
ficamos louco... 90% da vida é no piloto automático...
A realidade é
muito dura para se ficar todo o momento se questionando e olhando no fundo das
coisas...
Estamos
convivendo com o pluralismo da moralidade. O grande problema é como nos movemos
nesse meio.
- É necessário ter algumas consciências para viver a
vida:
a.
A
vida é passageira, mas precisa ser vivida um dia de cada vez, não se pode
adiantar as etapas, há um tempo determinado para tudo, inclusive
biologicamente;
b.
Podemos
fazer coisas em segundos que nos arrependeremos para o resto de nossas vidas.
Uma noite, um dia, um encontro, um sim que deveria ter sido um não, pode
significar anos de sofrimento, traumas, marcas e cicatrizes;
c. Hormônio
não tem religião. Não importa se é pentecostal, tradicional, católico,
muçulmano, etc. testosterona e progesterona são opostos que se atraem. Não
teste os seus limites, ou como se diz, não dance na beira do abismo;
d.
A
Bíblia diz: “sujeitai-vos a Deus, resisti ao Diabo e ele fugirá de vós”. Mas
como me ensinou um velho pastor, o Diabo foge, mas não procure resistir a
mulher, fuja dela, ou no caso de você moça, fuja dele. Não tente resistir,
fuja!!
e.
Lembre-se
rapaz, quando você estiver com a sua namorada, se você tiver uma irmã, o que
você não gostaria que fizessem com ela, ou com a sua filha quando você tiver a
sua. Lembre-se moça, isso também vale para você;
f.
Mulheres
que atraem o homem somente pela beleza, ou pela exposição do corpo, se sentirão
inseguras quando a beleza faltar. Homens que estão com você por causa do
tamanho da sua saia, ou das partes do seu corpo, fatalmente se sentirão
atraídos por outras quando você não lhe satisfizer mais. Além do que,
geralmente a roupa que usamos passa alguma mensagem...
g.
Pureza
sexual não é caretice, é sabedoria. É saber escolher, é não viver por instinto
como animais irracionais, mas por raciocínio e sentimento; isso tem haver com a
ética reflexiva, que gera a prática moral.
h.
Qual
o limite do tempo de namoro? O tempo suficiente para você decidir se é essa
pessoa que você quer ter ao seu lado todos os dias da sua vida;
i. Carinho
é diferente de carícia. Defraudar alguém é despertar desejos que você não
poderá suprir;
j. Quando
a carícia substitui o carinho, o afeto, torna-se algo animal, instintivo. Isso
dura pouco e vicia, pois libera alto grau de dopamina no cérebro causando uma
sensação de bem-estar, mas que quando passa, gera frustração e leva o indivíduo
a querer ir sempre mais além;
k. Não
posso dizer que isso é científico, mas Faculdades teológicas Americanas,
entrevistaram um número grande de pessoas e compararam respostas de quem teve
parceiros variados antes do casamento (mesmo sendo crentes) e os que se
mantiveram castos, o resultado é que pessoas com um maior número de parceiros
tendiam a ter mais dificuldade em manterem se fiéis ao cônjuge, além de
lembranças do passado mal curadas, traumas, mágoas que traziam junto para a
relação.
- Agora em uma dimensão mais espiritual – SOMOS
TEMPLO, HABITAÇÃO DE DEUS / A IMAGEM DE DEUS ESTÁ EM NÓS / O OUTRO TAMBÉM
É IMAGEM DE DEUS
a. Se tudo o que eu disse não fez
significado para você, entenda que Deus não habita em templos feitos por mãos
humanas, igrejas, casas, catedrais... A Divindade habita em nós, mesmo nós
sendo meros humanos mortais...
b.
Deus
escolheu salvar-nos. “A vós também, que noutro tempo éreis estranhos, e
inimigos no entendimento pelas vossas obras más, agora contudo vos reconciliou,
no corpo da sua carne, pela morte, para perante ele vos apresentar santos, e
irrepreensíveis, e inculpáveis” (Cl 1.21-22). “E, quando vós estáveis mortos
nos pecados, e na incircucisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com
ele, perdoando-vos todas as ofensas, havendo riscado a cédula que era contra
nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou
do meio de nós, cravando-a na cruz.” (Cl 2.13-14) Aqueles que por graça
creram em Cristo como o Filho de Deus, “O qual nos tirou da potestade das
trevas, e nos transportou para o reino do Filho do seu amor; Em quem temos a
redenção pelo seu sangue, a saber, a remissão dos pecados;” (Cl 1.13-14).
c. Ele Habita em nós:
“Não
sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós”? 1
Co3.16
“Ou
não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós,
proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos”? 1 Co 6.19
“O
Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o
conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós.” Jo
14.17
- Existe um caminho de volta...
Deus é Pai,
pai não abandona filho. Pai que abandona filho não merece o título de pai. É
possível desenvolver uma dieta espiritual; encher a mente de coisas de Deus,
esvaziar de coisas animais, e enche-la de coisas espirituais, que são eternas,
salvam a sua alma; curam as suas feridas, lhe oferecem novas possibilidades...
Relacionamentos
podem ter te machucado. Você pode ter sido mal tratada, incompreendida,
assediada, pode ter doido. A consciência não lhe deixa em paz. O diabo
aproveita e acusa...
Deus tem cura
para a sua alma. Ele tem um caminho de volta, ele tem balsamo para as suas
feridas, roupas novas para você, calçados para o seus pés, anel para o seu
dedo, uma festa lhe aguardando... Aceite o convite da graça: vinde a mim todos
vós...
[1] WISE,
Werner. Ética Fundamental: critérios para
crer e agir. São bento do Sul, SC: Editora União Cristã, 2008. p, 23
[2] Idem.
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