sábado, 7 de outubro de 2017

Gente que incomoda!


Em relação ao artigo na Revista Veja sob o título: "Povo que incomoda", faço uma pequena reflexão.

Ao meu ver é claro que o autor se utiliza de um texto retórico e recheado de ironia, e, alguns (inclusive líderes evangélicos) escrevem buscando minimizar o fato, argumentam que a maioria dos leitores não compreendeu o raciocínio, pois na verdade o autor está criticando "a hipocrisia da elite que prega a diversidade mas não as aceita em relação aos evangélicos". A minha opinião é que, embora o texto seja retórico, o autor "peca" pelas generalizações e, em linhas gerais, toda a generalização é burra.
Teologicamente não me sinto ofendido por não ser compreendido "pelas elites" ou por ouvir (e perceber) a imposição da "ditadura dos tolerantes", ou seja, a tolerância para eles é uma via de mão única (só na direção que eles querem). Não me aborreço e nem me espanto, pois JESUS disse que o sistema não nos amaria, pois também não o amaram. Jesus sempre soube que seríamos um espinho na garganta do sistema e que a Igreja deveria ser sempre diferente do sistema, pois caso se torne igual (ao sistema) terá o mesmo destino do sal que não salga, não prestará para nada.
Agora, realmente, a instituição Igreja (a organização) deve fazer sempre a autocrítica, para que seus discursos não sejam hipócritas com vistas a esconder seus problemas institucionais, problemas relacionados a natureza pecaminosa da humanidade. Por isso, e sempre, devemos estar diante das Escrituras para que por ela (como Palavra de Deus) sejamos moldados e aperfeiçoados pela Ação graciosa de Deus, com isso nossa ética/moral sempre destoará do sistema vigente, pois nos comportamos no dia a dia com vistas ao nosso fim último, a Eternidade.
Criticamos, com razão, a exposição de crianças a nudez, mas são poucas vozes que se levantam contra, por exemplo, o papel que se prestou determinada liderança no Congresso nas jogadas da CCJ. A corrupção rouba os direitos das crianças e a Bíblia condena com a mesma veemência os que tais coisas praticam.
Que continuemos a incomodar, mas sempre tendo em mente que somos bem aventurados quando formos "perseguidos pelo amor do Seu nome". Deus tenha misericórdia de nós!
Pr Eduardo Leandro Alves

segunda-feira, 28 de abril de 2014

O que significa: TETELESTAI


Gostei muito desse texto, por isso estou reproduzindo:


 
“... havendo riscado o escrito de dívida, que era contra nós nas suas ordenanças, o qual de alguma maneira nos era contrário, e o tirou do meio de nós, cravando-o na cruz...” Colossenses 2.14

“TETELESTAI” é uma expressão grega que pode ser traduzida como “está consumado”, “totalmente pago” ou “dívida cancelada”. No século I, quando um criminoso era preso, seus delitos eram registrados em um papiro conhecido como “cédula de dívida” ou “escrito de dívida”. Ao cumprir a pena e chegando a ocasião de sua liberdade, o juiz responsável pela soltura do condenado, riscava a cédula, especialmente na parte onde os crimes estavam apontados, e, no rodapé, escrevia TETELESTAI. Pronto! O indivíduo não devia mais nada à justiça. Estava livre da condenação e, agora, poderia desfrutar da paz e da liberdade.

O apóstolo Paulo se apropria desta figura jurídica para nos transmitir a profundidade do alcance da obra redentora de Cristo, pois como pecadores que somos, contra nós também há uma “cédula de dívida”, a saber, uma série de transgressões cometidas ao longo da vida. Esta cédula constitui-se em um poderoso instrumento de acusação. Ela nos silencia, nos humilha, pois não há como contradizê-lá, não há como nega-lá. Nela se registram todas as nossas maldades, todas as nossas mentiras, toda perversidade que praticamos. Ela aponta para a destruição dos que ali constam (Ap 20.12). Entretanto, o apóstolo Paulo declara que Cristo “riscou o escrito de dívida, tirando-o do meio de nós, cravando-o na cruz”. Ou seja, Jesus Cristo com sua morte vicária (substitutiva), pagou a dívida que tínhamos para com Deus. Vale a pena lembrar que na cruz do Calvário, segundo o Evangelho de João (19.30), Cristo declarou “Está consumado!” (TETELESTAI), sendo, inclusive, sua derradeira palavra.

Consumado! Totalmente pago! Esta é a nossa verdadeira situação em Cristo no que consiste a satisfação da justiça divina. Não importa o que tenhamos feito. Não importa a extensão e a gravidade do nosso pecado, em Cristo Jesus nenhuma condenação há” (Rm 8.1). Portanto, quando lembranças ruins de um passado distante ou recente surgirem e nos sentirmos culpados e ameaçados em nossa paz, basta nos lembrarmos do que Cristo fez por nós. Basta nos lembrarmos da sua última palavra proferida a nosso respeito: TETELESTAI! Todos os nossos pecados foram perdoados pelo precioso sangue do Senhor Jesus Cristo. Sangue este que riscou a cédula que nos era contrária, nos livrando da condenação de uma vez por todas. De uma vez para sempre!

É comum encontrarmos cristãos inseguros quanto ao fato de se sentirem plenamente perdoados por Deus. Alguns têm a impressão de que precisam orar mais uma vez para, quem sabe, serem realmente perdoados pelo Senhor. Porém, as Escrituras Sagradas não nos orienta a “sentir o perdão” de Deus e, sim a crer que, em Cristo, Ele já nos perdoou. Portanto, não é uma questão de sentimento, mas sim de fé na pessoa de Jesus Cristo e na eficácia da obra que Ele realizou. Outra questão que também atormenta alguns irmãos é o receio de que, dependendo do que fizeram no passado, estes precisam “quebrar alguma maldição” ou “anular algum pacto”, pois, do contrário, sempre estarão sujeitos a alguma investida de satanás e poderão ter algum tipo de influência maligna em suas vidas. Assim, para tais, a qualquer momento, o diabo poderá vir “cobrar a fatura” sendo, portanto, necessário participar de algum culto ou corrente de libertação.

Esta prática, embora comum, principalmente em comunidades neopentecostais, é estranha ao ensino da Escritura Sagrada. Paulo, afirma que a dívida foi cancelada, além disso, no versículo 15 do capítulo 2 da carta aos Colossenses, o apóstolo insiste que “tendo despojado os principados e as potestades, os expôs publicamente ao desprezo, e deles triunfou na cruz...” Se no versículo 14, Paulo utiliza uma cena jurídica, como já dissemos acima, neste ele usa uma realidade militar bastante conhecida na época, pois quando duas nações entravam em guerra, era comum o exército vencedor trazer ao seu território o exército vencido e, numa cerimônia pública, os soldados derrotados tinham suas roupas e demais pertences retirados até ficarem completamente nus.

Este despojamento tinha o objetivo de humilhar o inimigo derrotado, demonstrando que estava totalmente subjugado. É exatamente isto que Paulo está ensinando aos crentes de Colossos! Cristo derrotou e humilhou o diabo, despojando-o de toda e qualquer autoridade que tinha para nos acusar, tentar e prejudicar. Cristo fez dos seus inimigos, o “estrado de seus pés” (Ef 1.20-22). Não precisamos temer o diabo. Ele está derrotado, despojado e humilhado pelo Senhor Jesus Cristo. A dívida está paga!  TETELESTAI!!!

Todos os nossos pecados foram perdoados! Que coisa boa! Todas as nossas maldições foram levadas à cruz e ali aniquiladas (Isaias 53). Que maravilha! Estamos livres! Livres para viver a plenitude da vida de Cristo. A Ele, e somente a Ele, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o poder pelos séculos dos séculos, Amém!!! (Ap 5.13).

 

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Coloquei essa reflexão de Rubens Alves em meu Blog, arquivei em minha mente e somei a oração do salmista: "ensina-me a contar os meus dias para que alcance um coração sábio", para que no passar dos anos não perca tempo com mediocridades...
 


O TEMPO E AS JABUTICABAS
 
Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver 
daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquela 
menina que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ela 
chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
 
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. 
Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir 
quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
 
Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos.
Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos 
para reverter a miséria do mundo. Não quero que me convidem 
para eventos de um fim de semana com a proposta de abalar o milênio.
 
Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir
estatutos, normas, procedimentos e regimentos internos.  
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, 
que apesar da idade cronológica, são imaturos.
 
Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões
 de 'confrontação', onde 'tiramos fatos a limpo'. 
Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo 
majestoso cargo de secretário geral do coral.
Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: 'as pessoas 
não debatem conteúdos, apenas os rótulos'. 
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a 
essência, minha alma tem pressa...
Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente 
humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta
com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não 
foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, 
e deseja tão somente andar ao lado do que é justo.
 
Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, desfrutar desse
amor absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo.'
O essencial faz a vida valer a pena.
Rubem Alves

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Preciosa a Graça de Jesus





Preciosa a graça de Jesus,
que um dia me salvou.
Perdido andei, sem ver a luz,
mas Cristo me encontrou.
A graça, então, meu coração
do medo me libertou.
Oh, quão preciosa salvação
a graça me outorgou!
Promessas deu-me o Salvador,
e nele eu posso crer.
É meu refúgio e protetor
em todo o meu viver.
Perigos mil atravessei
e a graça me valeu.
Eu são e salvo agora irei
ao santo lar do céu.

 
O Hino Preciosa Graça (Amazing Grace), é, sem duvida, um dos mais belos hinos cristãos, um dos mais cantados e mais admirados em todo o mundo. Sua história me deixa maravilhado e motivado a seguir em frente na caminhada cristã rumo as Mansões celestiais.
O autor dessa letra é John Newton. Pesquisadores acreditam que esse hino foi escrito entre 1760 e 1770, baseado em 1 Crônicas 17.16-17, texto em que o rei Davi rememora a misericórdia de Deus para com um homem tão insignificante e pecador como ele. Foi escrita para ilustrar um sermão no dia de ano novo de 1773 e fez parte dos "Hinos Olney", hinário de músicas compostas por John Newton e seu amigo, o poeta William Cowper. Em todos os lugares em que se narra a história desse hino, sua letra é atribuída a John Newton, que antes de conhecer a Jesus como Salvador era capitão de um navio negreiro,  mas a melodia sempre é atribuída a um autor desconhecido.
Músicos contemporâneos, como Wintley Phipps, em seus estudos sobre a musicalidade desse hino, atribuem Amazing Grace a um estilo conhecido como “Spiritual”, música negra evangélica cuja origem remonta os cânticos entoados pelos negros escravos evangélicos nos Estados Unidos (por volta do século XVII). Uma das características desse estilo “Spiritual” é ser um lamento, tom manso, num andamento "largo" e meditativo e, os negros, acorrentados, poderiam cantar sentados e a “capella”. Hoje se diz que a maioria desses hinos podem ser tocados na “escala pentatónica”, as chamadas teclas negras do piano. A história de conversão de Newton remonta a uma tempestade que ele enfrentou em alto mar. Assim, surge a possibilidade de que em meio àquela Tempestade, Newton o capitão do navio negreiro, ouvia uma melodia vinda do porão, sendo impactado pela Graça Salvadora de Jesus, que tem poder para salvar o mais vil pecador. Após essa tempestade e experiência de conversão, John Newton, tornou-se Pastor em Olney, na Inglaterra (1764 a 1780), faleceu com a idade de 82 anos, em 21 de dezembro de 1807. Ele mesmo resumiu sua vida e escreveu seu próprio epitáfio, que diz:
John Clerk Newton,
Uma vez um infiel e libertino,
Um servo de escravos na África,
Foi pela misericórdia de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo
Preservado, restaurado, perdoado,
E nomeado para pregar a fé que ele
Tinha se esforçado muito para destruir .... 
 
Por que que eu resolvi contar essa história aqui? Para lembrar a você, amado leitor, que essa Graça Salvadora está presente, como sempre esteve, seja após a Queda com a Palavra da promessa do Salvador; seja na pregação e salvação da família de Noé; seja na chamada de Abraão; no perdão que o rei Davi encontrou; no encontro de Rute com Boaz; na fé de Raabe… e na forma mais abundante e perfeita da Graça: no Verbo que se fez carne e habitou entre nós (Jo 1.14), JESUS CRISTO.
Brancos, negros, gentios, judeus, servos, livres, homem ou mulher. A Graça de Deus nos alcança e tem o poder de mudar histórias.
Este ano comemoramos 95 Anos da Assembleia de Deus na Paraíba e a Mensagem da Preciosa Graça que se manifesta por meio de Cristo Jesus sempre esteve (e está) presente em cada cidade, em cada púlpito. Essa Mensagem é base de sua pregação. Sinta a Graça de Deus perdoando, salvando, curando, nos levando para o céu. A graça alcançou Saulo de Tarso; alcançou John Newton tornando-o um ex-traficante de escravos. A Graça nos alcançou. Graças a Deus!!!!

Pr. Eduardo Leandro Alves

Fonte: De traficante de escravos a pregador - A história de John Newton. Brian Edwards. Ed. Fiel. 2001.
http://www.youtube.com/watch?v=jzsdbhCWJik

 

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

A FELICIDADE DOS MANSOS



Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra (Mt 5.5)

É sabido que o mundo, enquanto sistema, rejeita os valores do Reino de Deus. O sistema pensa em termos de força, de poderio militar, bélico, econômico e político. Quanto mais agressivo, mais forte. Jesus, porém, disse que não são os fortes e os arrogantes que são felizes; nem são eles que vão herdar a terra, mas os mansos. Neste caso, ser cristão é ser totalmente diferente, pois somos uma nova criatura, possuímos um novo nome, uma nova mente, nascemos de novo, somos de outro Reino.

A verdade é que Jesus frustrou muitos de seus contemporâneos. Os judeus, subjulgados pelos romanos desde o ano 63 a.C, aguardavam um Messias político, guerreiro, que implantasse Seu Reino pela força. Haviam vários grupos em Israel, os 4 mais importantes eram: os fariseus, que como religiosos conservadores, esperavam um Messias milagroso; os saduceus, que eram os liberais, queriam um Messias materialista; os essênios, eram místicos que viviam nas cavernas próximas ao Mar morto, eles queriam um Messias monástico; e os zelotes, eram ativistas militares que se insurgiam contra Roma, queriam um Jesus militar. Os próprios apóstolos queriam uma restauração política (At 1.6). Jesus, porém veio com outras propostas e o povo disse: Não queremos esse Messias. Fora com ele! Crucifica-o!!

Agora, manso neste contexto das bem-aventuranças não pode ser confundido com uma atribuição natural, como uma boa índole, uma pessoa educada socialmente, pois não é algo externo, mas uma obra da graça no coração. Ser manso não é virtude, é graça! Ser manso não é ser mole, ou ficar impassível diante dos problemas. Não é ser tímido ou covarde, medroso, ou indolente. As pessoas mansas na Bíblia foram profundamente vigorosas e enérgicas. Tiveram coragem de se posicionar contra o erro. Enfrentaram acoites, prisões e a própria morte devido aos seus posicionamentos. Basta somente olharmos para Moisés, Paulo, Jeremias, o próprio Cristo. Jesus era manso e humilde de coração, mas expulsou do Templo vendilhões, teve coragem de morrer na Cruz e de acusar o pecado. Mansidão não significa impotência, mas domínio próprio. “Quem não tem domínio próprio é como uma cidade derribada (Pv 25.28). Ser manso não é ser conivente e com isso manter a paz a qualquer preço, ficando em cima do muro e agradar a gregos e troianos. Ser manso não é ser neutro, ou viver sem cor ou sem sal, sem opinião própria.

O QUE SIGNIFICA SER MANSO

É ser submisso a vontade de Deus. Uma pessoa mansa não se rebela contra a vontade de Deus e não vive uma vida de murmuração. Uma pessoa mansa é como Paulo, sabe viver em qualquer situação (Fp 4.11). Está sempre dando graças a Deus, sabendo que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus.

É estar debaixo do controle de Deus. O manso é aquele que literalmente “foi domesticado”. A palavra grega para manso, praus, significa meigo, trata-se da atitude humilde e mansa que se expressa na submissão às ofensas, livre de malícia e de desejo de vingança. Significa um dos termos mais elevados no vocabulário ético dos gregos antigos; a virtude como equilíbrio entre dois extremos alcançada por quem é manso.

Nas palavras do Pr. Hernandes Dias Lopes, o manso é aquele que tem força, mas a força está sob controle. A Bíblia fala que é mais forte aquele que domina o seu espírito do que aquele que domina uma cidade.

Dr. Lloyde-Jones diz que manso é aquele não reivindica os seus próprios direitos. O manso não exige coisa alguma para si. Não considera todos os seus legítimos direitos como algo a ser exigido. Não faz exigências quanto a sua posição, aos seus privilégios, às suas possessões e à sua situação na vida. Jesus, sendo Deus não teve como usurpação o ser igual a Deus (Fp 2.5,6). O manso é aquele que está disposto a sofrer o dano. Como Paulo escreveu aos Coríntios, em uma demanda entre irmãos, ele está pronto a sofrer o dano em vez de buscar levar vantagem (1Co 6.7).

O indivíduo que é manso admira-se de Deus e dos homens pensarem tão bem dele quanto realmente pensam. Além disso, uma pessoa mansa não se inflama facilmente (Sl 38.12,13).

Com esses conceitos em mente, entendemos que Jesus promete uma recompensa aos mansos:

Uma profunda e gloriosa felicidade. Macarios, uma palavra usada pelos gregos para falar da felicidade dos deuses. Uma felicidade plena que não depende das circunstancias.

A herança da terra no tempo. Mesmo sendo forasteiros na terra (Hb 11.37), os mansos são aqueles que herdam a terra. Eles comem o melhor dessa terra. O ímpio pode ter a posse temporal da terra, mas o manso usufrui as benesses dessa terra.

Nesse sentido os mansos já são herdeiros da terra, na vida presente. Pois o manso é uma pessoa satisfeita. Sente-se contente. Ele nada tem, mas tudo possui. Paulo diz: “entristecidos, mas sempre alegres, pobres, mas enriquecendo a muitos, nada tendo, mas possuindo tudo” (2Co 6.10). O manso é cidadão do céu. O manso é filho de Deus, o manso é herdeiro de Deus e co-herdeiro com Cristo. Do Senhor é a terra a sua plenitude. Ou seja, tudo o que pertence ao Senhor, pertence ao manso.

Nesse caso, conquistarão a terra não pelas armas, não pela força, mas por herança. O manso herda as bênçãos da terra. O manso desfrutará também a terra restaurada, redimida do seu cativeiro. Ele habitará no seu novo céu e na nova terra. O manso não apenas herda a terra, mas também o céu.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Presentes de Natal... Aprendendo a viver e contar os dias



Trazido a um mundo onde não há almoço gratuito e treinado para usar presentes para comércio, estou buscando gastar a minha vida entendendo a vontade de Deus, recebendo e dando esses presentes, com a fé de estar ofertando ao Salvador a minha devoção e gratidão pela salvação.

Nessa época, mais importante do que discutir se a data é correta, é importante aproveitar a oportunidade e introduzir o verdadeiro sentido do Natal: A história do Deus que se fez homem para nos salvar.  Penso ser interessante comemorar o Natal próximo ao Ano Novo, pois se soma a reflexão natural que se faz ao final de um ano.

Sei que é apenas mais um pôr do sol e nascer do sol, mas a virada do dia 31 de dezembro para o dia 1 de janeiro possui um impacto psicológico muito grande. Vale a pena fazer uma “auditoria na alma”, “fechar para balanço”, ofertar ao Salvador o melhor. Buscar Novos horizontes. Uma sugestão é fazer a mesma oração que Moisés: "Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio." (Sl 90.12).
Com isso em mente, reli um texto do Pr. Ariovaldo Ramos que quero compartilhar, como Segue.

Há alguns, ao participar do aniversário de um bom amigo, ponderei sobre a sábia e enigmática frase de Moisés: "Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio." (Sl 90.12). Parece que esse conselho, do grande libertador, sempre nos vem à mente nessas ocasiões. Porém, apesar da beleza da fala do homem de Deus, permanece o desafio do tipo "decifra-me ou o devorarei": o que significa contar os dias da maneira proposta?

Não sei se alguém tem a resposta, mas eu gostaria de propor uma.

Jesus Cristo, certa feita, disse: - "E eu vos recomendo: das riquezas de origem iníqua fazei amigos." (Lc 16.9). Na ocasião, ele estava respondendo ao ataque de alguns fariseus, que estranhavam o fato de Jesus estar recebendo publicanos e pecadores. Por uma questão de justiça para com os fariseus é preciso que se diga que, em princípio, eles tinham razão: publicanos e pecadores não eram simples almas perdidas; eram membros do povo de Israel que traíram ao seu Deus e ao seu povo! Não tivessem os romanos privado os judeus de aplicarem a justiça, tais pessoas teriam sido apedrejadas. Para dar essa resposta, o Senhor lançou mão de quatro parábolas: a ovelha perdida, a dracma perdida, o filho perdido e o administrador infiel.

Na primeira, fala de um pastor que abandona, no campo, 99 ovelhas e vai atrás da que se perdeu. Uma loucura! Deixar seu aprisco à deriva de ladrões e animais selváticos e, mais, quando volta, vai festejar o achado. E as demais ovelhas? Uma loucura! Com essa parábola Jesus parece confirmar que ao receber publicanos e pecadores estava, aparentemente, fazendo uma loucura, mas Ele viera para isso mesmo: cometer uma ´loucura´ pela salvação dos homens.

Na segunda parábola Jesus explica o porquê da disposição à loucura, o valor do homem: embora para os fariseus o publicano e o pecador valor nenhum tivessem, Jesus os via de modo diferente. E como a senhora que, perdendo uma dracma, cerca de R$ 0,30, desarruma tudo concedendo a moeda um valor que de fato não possuía, assim, também, para Jesus o ser humano mais pecador é tão valioso que vale a pena desarrumar tudo para achar um, como fez a mulher que perdeu a dracma.

Na terceira parábola o Senhor, num primeiro momento, concorda com os fariseus, os publicanos e os pecadores são os filhos que, como o filho pródigo, por vontade própria, se apartaram do Pai amoroso. Porém os fariseus, representados pelo irmão mais velho, não conseguiram se sintonizar com o coração do Pai vez que, confiados em seus pretensos méritos próprios acabaram por desenvolver um senso de justiça própria, que os tornou incompassivos e judiciosos.

Por fim, por meio da parábola do administrador infiel Jesus acusa os fariseus de estarem mal administrando fortuna alheia, tanto a vida quanto o conhecimento lhes foi legado e este saber deveria ter-lhes desenvolvido o senso da impossibilidade, ou seja, a consciência de que, jamais, por si mesmos, conseguiriam viver segundo tão elevado padrão e que, o melhor que poderiam fazer era, a partir do que sabiam, diminuir a distância entre os pecadores e Deus pela compreensão, pelo amor, pela bondade, pelo ensino, fazendo amigos a partir de riqueza alheia, pois tanto a vida como a revelação pertencem a Deus. "Para que, quando aquelas (a vida e a sabedoria) vos faltarem, esses amigos vos recebam nos tabernáculos eternos." (Lc 16.9).

Ao recomendar aos mestres da lei que usassem a vida e o conhecimento para fazer amigos para a eternidade, o Senhor respondeu nossa pergunta: - Como viver de modo a alcançar coração sábio? E a resposta de Jesus é: - Vivendo para fazer amigos, pessoas de quem nos aproximamos para aproximá-las de Deus e, para dEle, por elas, sermos aproximados.
Por quê?

Porque como disse o psicólogo suiço Hans Burky:- "O Reino de Deus é um reino de amigos". Porque amigo é esteio nas horas difíceis: "Em todo tempo ama o amigo, e na angústia se faz o irmão." (Pv 17.17). Porque amigo é fonte de amadurecimento: "Como o ferro com o ferro se afia, assim o homem, ao seu amigo." (Pv 27.17). Porque amigos são para sempre. Embora, na ressurreição, nem nos casaremos, nem nos daremos em casamento; sendo, porém, como os anjos no céu (Mt 22.30), teremos amigos: aqueles amigos que nos receberão nos tabernáculos eternos! (Lc 16.9).
Feliz Ano Novo!!!!
Pr. Eduardo Leandro Alves

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

SOBRE AUTENTICIDADE




Penso que não foi fácil a decisão de Davi de recusar a armadura de Saul, justamente no dia em que ia lutar contra Golias. Deve-se entender que nesse momento ainda não havia a disputa e inveja que posteriormente corroeria Saul e o levaria a uma corrida doentia de “caça” a Davi. Davi, ao que tudo indica, amava e servia o Rei. O Rei Saul era esplêndido e poderoso, e, também ao que parece, admirava e amava a Davi e estava fazendo tudo o que podia para auxilia-lo, inclusive emprestando a própria armadura. No entanto, apesar de tudo isso, Davi retirou o capacete, dispensou a armadura e despiu-se dela. Essa não deve ter sido uma decisão fácil. Se livrar de todos aqueles recursos oferecidos.

Acontece que ter ido encontrar Golias vestindo a armadura de Saul teria sido um desastre. E é aqui que se encontra uma lição do Pr. Eugene Peterson: “Sempre acaba em desastre quando se abre mão da autenticidade. Davi necessitava do que era autentico para ele”.

Fico impressionado ao imaginar essa cena com o fato que Davi foi ousado o bastante para rejeitar a sugestão de fazer a sua obra sem autenticidade (ao não querer usar a armadura de Saul); e foi modesto e ousado o suficiente para usar somente o que adquirira habilidade para usar nesses anos como pastor de ovelhas (sua funda e algumas pedras). E ele matou o gigante.

Isso é um problema. Isso é um dilema. Há pessoas que não conseguem ter autenticidade. Usam uma voz que não é sua. Ao orar, imitam outros; ao pregar imitam outros; repetem frases de efeito e vivem de “chavões”. Não possuem padrões éticos fortes o suficiente para tomar decisões, com isso seus comportamentos são dúbios, ou como popularmente se diz: “dançam conforme a música”. Pode dar certo por um tempo, mas isso não é suficiente para derrotar Golias.

O outro lado dessa questão está no fato de a nossa volta estarmos cercados de pessoas que se importam conosco. De repente estão ali ajudando, reunindo um exército que nos auxiliará, vestindo-nos com excelentes equipamentos de guerra que nos qualificará para a tarefa. Pessoas que verdadeiramente estão preocupadas conosco e nós nos sentimos tocados por suas preocupações, impressionados por suas experiências, dons e talentos. Surge então o discernimento para saber o que é autêntico, quem sou eu. Qual a minha vocação? Qual é a minha armadura? Isso se chama equilíbrio, discernimento. Com todo esse equipamento, às vezes oferecido, percebe que mal consegue se mover. A autenticidade, e o equilíbrio às vezes nos fará dizer:  "muito obrigado, vou ficar com a minha funda e as minhas pedrinhas".

Para terminar: tornem-se cada vez mais fortes, vivendo unidos com o Senhor e recebendo a força do seu grande poder. Vistam-se com toda a armadura que Deus dá a vocês, para ficarem firmes contra as armadilhas do Diabo. Pois nós não estamos lutando contra seres humanos, mas contra as forças espirituais do mal que vivem nas alturas, isto é, os governos, as autoridades e os poderes que dominam completamente este mundo de escuridão. Por isso peguem agora a armadura que Deus lhes dá. Assim, quando chegar o dia de enfrentarem as forças do mal, vocês poderão resistir aos ataques do inimigo e, depois de lutarem até o fim, vocês continuarão firmes, sem recuar. (Ef 6.10-13)