segunda-feira, 28 de abril de 2014

O que significa: TETELESTAI


Gostei muito desse texto, por isso estou reproduzindo:


 
“... havendo riscado o escrito de dívida, que era contra nós nas suas ordenanças, o qual de alguma maneira nos era contrário, e o tirou do meio de nós, cravando-o na cruz...” Colossenses 2.14

“TETELESTAI” é uma expressão grega que pode ser traduzida como “está consumado”, “totalmente pago” ou “dívida cancelada”. No século I, quando um criminoso era preso, seus delitos eram registrados em um papiro conhecido como “cédula de dívida” ou “escrito de dívida”. Ao cumprir a pena e chegando a ocasião de sua liberdade, o juiz responsável pela soltura do condenado, riscava a cédula, especialmente na parte onde os crimes estavam apontados, e, no rodapé, escrevia TETELESTAI. Pronto! O indivíduo não devia mais nada à justiça. Estava livre da condenação e, agora, poderia desfrutar da paz e da liberdade.

O apóstolo Paulo se apropria desta figura jurídica para nos transmitir a profundidade do alcance da obra redentora de Cristo, pois como pecadores que somos, contra nós também há uma “cédula de dívida”, a saber, uma série de transgressões cometidas ao longo da vida. Esta cédula constitui-se em um poderoso instrumento de acusação. Ela nos silencia, nos humilha, pois não há como contradizê-lá, não há como nega-lá. Nela se registram todas as nossas maldades, todas as nossas mentiras, toda perversidade que praticamos. Ela aponta para a destruição dos que ali constam (Ap 20.12). Entretanto, o apóstolo Paulo declara que Cristo “riscou o escrito de dívida, tirando-o do meio de nós, cravando-o na cruz”. Ou seja, Jesus Cristo com sua morte vicária (substitutiva), pagou a dívida que tínhamos para com Deus. Vale a pena lembrar que na cruz do Calvário, segundo o Evangelho de João (19.30), Cristo declarou “Está consumado!” (TETELESTAI), sendo, inclusive, sua derradeira palavra.

Consumado! Totalmente pago! Esta é a nossa verdadeira situação em Cristo no que consiste a satisfação da justiça divina. Não importa o que tenhamos feito. Não importa a extensão e a gravidade do nosso pecado, em Cristo Jesus nenhuma condenação há” (Rm 8.1). Portanto, quando lembranças ruins de um passado distante ou recente surgirem e nos sentirmos culpados e ameaçados em nossa paz, basta nos lembrarmos do que Cristo fez por nós. Basta nos lembrarmos da sua última palavra proferida a nosso respeito: TETELESTAI! Todos os nossos pecados foram perdoados pelo precioso sangue do Senhor Jesus Cristo. Sangue este que riscou a cédula que nos era contrária, nos livrando da condenação de uma vez por todas. De uma vez para sempre!

É comum encontrarmos cristãos inseguros quanto ao fato de se sentirem plenamente perdoados por Deus. Alguns têm a impressão de que precisam orar mais uma vez para, quem sabe, serem realmente perdoados pelo Senhor. Porém, as Escrituras Sagradas não nos orienta a “sentir o perdão” de Deus e, sim a crer que, em Cristo, Ele já nos perdoou. Portanto, não é uma questão de sentimento, mas sim de fé na pessoa de Jesus Cristo e na eficácia da obra que Ele realizou. Outra questão que também atormenta alguns irmãos é o receio de que, dependendo do que fizeram no passado, estes precisam “quebrar alguma maldição” ou “anular algum pacto”, pois, do contrário, sempre estarão sujeitos a alguma investida de satanás e poderão ter algum tipo de influência maligna em suas vidas. Assim, para tais, a qualquer momento, o diabo poderá vir “cobrar a fatura” sendo, portanto, necessário participar de algum culto ou corrente de libertação.

Esta prática, embora comum, principalmente em comunidades neopentecostais, é estranha ao ensino da Escritura Sagrada. Paulo, afirma que a dívida foi cancelada, além disso, no versículo 15 do capítulo 2 da carta aos Colossenses, o apóstolo insiste que “tendo despojado os principados e as potestades, os expôs publicamente ao desprezo, e deles triunfou na cruz...” Se no versículo 14, Paulo utiliza uma cena jurídica, como já dissemos acima, neste ele usa uma realidade militar bastante conhecida na época, pois quando duas nações entravam em guerra, era comum o exército vencedor trazer ao seu território o exército vencido e, numa cerimônia pública, os soldados derrotados tinham suas roupas e demais pertences retirados até ficarem completamente nus.

Este despojamento tinha o objetivo de humilhar o inimigo derrotado, demonstrando que estava totalmente subjugado. É exatamente isto que Paulo está ensinando aos crentes de Colossos! Cristo derrotou e humilhou o diabo, despojando-o de toda e qualquer autoridade que tinha para nos acusar, tentar e prejudicar. Cristo fez dos seus inimigos, o “estrado de seus pés” (Ef 1.20-22). Não precisamos temer o diabo. Ele está derrotado, despojado e humilhado pelo Senhor Jesus Cristo. A dívida está paga!  TETELESTAI!!!

Todos os nossos pecados foram perdoados! Que coisa boa! Todas as nossas maldições foram levadas à cruz e ali aniquiladas (Isaias 53). Que maravilha! Estamos livres! Livres para viver a plenitude da vida de Cristo. A Ele, e somente a Ele, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o poder pelos séculos dos séculos, Amém!!! (Ap 5.13).

 

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Coloquei essa reflexão de Rubens Alves em meu Blog, arquivei em minha mente e somei a oração do salmista: "ensina-me a contar os meus dias para que alcance um coração sábio", para que no passar dos anos não perca tempo com mediocridades...
 


O TEMPO E AS JABUTICABAS
 
Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver 
daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquela 
menina que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ela 
chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
 
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. 
Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir 
quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
 
Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos.
Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos 
para reverter a miséria do mundo. Não quero que me convidem 
para eventos de um fim de semana com a proposta de abalar o milênio.
 
Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir
estatutos, normas, procedimentos e regimentos internos.  
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, 
que apesar da idade cronológica, são imaturos.
 
Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões
 de 'confrontação', onde 'tiramos fatos a limpo'. 
Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo 
majestoso cargo de secretário geral do coral.
Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: 'as pessoas 
não debatem conteúdos, apenas os rótulos'. 
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a 
essência, minha alma tem pressa...
Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente 
humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta
com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não 
foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, 
e deseja tão somente andar ao lado do que é justo.
 
Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, desfrutar desse
amor absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo.'
O essencial faz a vida valer a pena.
Rubem Alves