quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

A MUNDIALIZAÇÃO DO CAPITAL

Dando sequencia a nossa proposta apresentada na postagem a anterior, ampliamos o debate tratando sobre uma pequena abordagem sobre a globalização por uma ótica do mundo financeiro, ou seja, da mundialização do capital.


ALGUMAS QUESTÕES SOBRE A GLOBALIZAÇÃO

Não se pode falar em “ética global” sem ao menos pontuar a questão da globalização. Alguns autores procuram compreender as políticas neoliberais que vem sendo implementadas a partir dos anos de 1980 e 1990, como parte integrante de um novo modelo de regulamentação, correspondente ao regime de acumulação predominantemente financeiro, que emergiu na década de 1970, com o fim do fordismo[1]. A mundialização do capital (uma outra expressão para globalização) precisa ser revista, pois é a partir daí que se inicia o desmonte do sistema de seguridade social, que, segundo Guhur, é fruto de uma ideologia neoliberal.[2]

Agora, o que se entende por mundialização do capital? Quero somar às informações da autora citada acima, algumas informações obtidas da leitura de um artigo do Dr. Giovanni Alves, Sociólogo e doutor em ciências sociais (UNICAMP),[3] que nos auxiliam na compreensão do termo.

A nova etapa de desenvolvimento do capitalismo mundial, caracterizada como sendo a da "mundialização do capital", na verdade, nos coloca diante de um novo regime de acumulação capitalista, um novo patamar do processo de internacionalização do capital, com características próprias e particulares se comparada com etapas anteriores do desenvolvimento do capitalismo. Esse novo período capitalista se desenvolve a partir de uma profunda crise de superprodução e é caracterizado por outros autores como sendo marcado pela produção destrutiva ou ainda pela acumulação flexível.

Uma série de indicadores macroeconômico da década de 90 apontam que a economia mundial ainda mantém-se no interior como sendo uma longa depressão permeada por momentos de desaceleração, recessão e crescimento não-sustentado das economias capitalistas. Sendo assim, deparamo-nos com um novo regime mundial de acumulação do capital, alterou, de modo específico, o funcionamento do capitalismo. Ele irá denominar a nova etapa do capitalismo mundial, na falta de uma denominação melhor, de "regime de acumulação predominantemente financeira", que caracteriza a "mundialização do capital".

A característica predominante do novo regime mundial de acumulação capitalista é ser rentista e parasitário, isto é, está de modo crescente, subordinado às necessidades próprias das novas formas de centralização do capital-dinheiro, em particular os fundos mútuos de investimento e os fundos de pensão (as características rentistas dizem respeito também ao capital produtivo). O poder, se não a própria existência, deste capital-dinheiro é sustentado pelas instituições financeiras internacionais, tais como FMI e Banco Mundial, e pelos Estados mais poderosos do planeta a qualquer que seja o custo.

A "mundialização do capital" é, antes de tudo, decorrente de determinações políticas. É essencial levarmos em consideração, ao mesmo tempo, o político e o econômico, para que possamos compreender a verdadeira natureza da “mundialização do capital”. Na verdade, uma acumulação predominantemente rentista, reflete mudanças qualitativas nas relações de força política entre o capital e o trabalho, assim como entre o capital e o Estado, em sua forma de Estado de Bem-Estar.

Entende-se que o marco histórico da "mundialização do capital" é a recessão de 1974 - 1975, o início desta "longa crise rastejante". A partir daí, o capital procurou, de todas as formas, romper as amarras das relações sociais, leis e regulamentações dentro das quais se achava possível prendê-lo com a ilusão de poder "civilizá-lo". O capital teve êxito, apesar de modo bastante desigual, conforme se adaptava em cada país.

A “mundialização do capital”, na verdade, retirou, a meu ver, a soberania de países, nações. Nenhum governo, mesmo que democraticamente eleito, pode tomar decisões que julga ser melhor para o seu povo (que o elegeu), sem levar em consideração a força desse capital mundial. Como exemplo pode-se ver hoje a situação da Europa. A Inglaterra, mesmo sem fazer parte da zona do euro, sente-se pressionada a tomar atitudes que afetarão diretamente os seus cidadãos, por imposição de outras nações.[4] É bem verdade que o país onde se iniciou a “revolução industrial” hoje possui pouquíssimas indústrias. Contudo possui enormes conglomerados financeiros com abrangência mundial. No mundo atual uma “gripe” na economia chinesa causará uma pneumonia, por exemplo, no Brasil. Essa é a ideia da “aldeia global”.


[1] Modelo de administração implementado por Henry Ford em sua linha de produção.
[2] GUHUR, Dominique Michele; SILVA, Irizelda Martins de Souza. As políticas sociais neoliberais no quadro da mundialização do capital: um movimento dos anéis sacrificados no passado para salvar dedos. Revista HISTEBR on Line, Campinas, (35): 76-95 Set. 2009.
[4] Situação ocorrida no início de 2012 onde foi proposto normas gerais de endividamento dos países, limites econômicos, onde, por exemplo, uma autoridade estrangeira teria poder sobre um país que não o elegeu.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

PEQUENAS ABORDAGENS SOBRE UMA ÉTICA GLOBAL


A patir dessa postagem, vou publicar uma série de textos com alguns comentários sobre a sociedade. O o bjetivo é fazer uma discussão teológica para fora. Ou seja, Deus não precisa de teologia, Ele sabe tudo sobre si mesmo. A teologia que fazemos precisa ter eco na sociedade na qual estamos inseridos. Peço a contribuição dos leitores desse bolg que façam comentários, discordem, aprovem, diga que entenderam, ou que não entenderam... pois pretendo lançar um livro com esses assuntos. Serão mais ou menos umas 5 postagens. Conto com a sua capacidade crítica.

PEQUENAS ABORDAGENS SOBRE UMA ÉTICA GLOBAL

Vivemos com o sentimento que estamos em uma “aldeia global”. A comunicação alcançou níveis inimagináveis. Situações que acontecem do outro lado do mundo são vistas ao vivo, quando não, poucos minutos, ou horas depois já estão disponíveis na internet e nos noticiários de televisão.

Como exemplo pode-se citar inclusive (e principalmente) questões ecológicas. Emissões de dióxido se carbono emitidos pelos EUA, pela China tem impacto em todo o mundo ao afetar a camada de ozônio.
Na questão das relações internacionais, a proteção do ser humano passou, da soberania absoluta do estado nacional, ao interesse de toda a comunidade internacional. Exemplo disso é a Declaração Universal dos Direitos do Homem (DUDH), assim como outros pactos que se sucederam.[1]

Sendo assim, neste sentido, a ética global reflete problemas e conflitos morais que se encontram na zona limítrofe entre localidade e globalidade. Ou seja, roubar é crime em todas as localidades do mundo, mas o que fazer com quem rouba, difere. Na Arábia Saudita, corta-se a mão de quem rouba. No Irã, uma mulher pega em ato sexual fora do casamento é punida com chicotadas, podendo ser condenada a morte. Como se aplicar aqui a questão do Direito do Humano? Neste sentido, a ética não trata mais somente, no sentido kantiano[2], de questões abordadas no universalismo ético relativas aos conflitos de interesses e vontades, mas de conflitos concretos da religião, da identidade, das culturas, dos valores, das normas e expectativas em torno da boa vida que caracterizam uma ética global. São perguntas que abrangem toda a complexidade da boa vida comunitária.[3]

Surge, então o debate entre partidários do relativismo e do universalismo cultural. Onde os partidários do relativismo cultural acreditam ser ele a fonte primordial de validade do direito ou de regras morais. Ou seja, cada cultura produz suas regras morais básicas e não se pode questionar ou condenar uma cultura contrária, somente porque valoriza regras morais diferentes. Ao passo que os partidários do universalismo defendem a negação do subjetivismo e do relativismo em ética porque, levadas ao extremo, tais concepções impediriam a discussão ética. “Ora, se cada um tem uma opinião ou se cada sociedade tem uma opinião, todos têm razão, nada se discute e dá-se início a uma espécie de círculo vicioso. Na verdade, o que se propõe é justamente o contrário: propor uma espécie de raciocínios que justifiquem decisões e responsabilidades a respeito de questões práticas polêmicas”.[4]

Nesse sentido, sob o ponto de vista de uma ética global, coloca-se, por exemplo, a pergunta se de fato existe uma moral pura, holística e homogênea "do Ocidente" (que é chamado pelos orientais de individualista), a qual, por sua vez, poderia ser contraposta a uma moral "do Oriente" e que deveria ser abandonada caso se chegasse a uma ética global, que integre e inclua.

Dessa maneira, o que poderia diferenciar a discussão para uma ética global em torno de uma ética universalista, por exemplo, seria a sua focalização concreta e a sua sensibilidade para as diferenças. Além disso, o conceito de globalização aponta para a limitação do agir humano, que evidencia a necessidade do exame de todos os projetos herdados e suscita perguntas acerca do sentido de todas aquelas atividades que se baseiam na idéia de que as possibilidades de desenvolvimento do Estado e de seus cidadãos são ilimitadas.

Sendo assim,por exemploFroehlich sugere um novo referencial de ética global a partir da proteção internacional da pessoa humana. É possível que em numa ética global não possa haver demarcação de limites, não pode haver delimitações includentes nem excludentes e, assim, não pode haver marginais. A ética global não conhece inimigos, nem estranhos. Que o contexto da ação moral entrementes abranja toda a humanidade significa, ao mesmo tempo, que alguém pode pensar-se como indivíduo moral apenas quando sua boa vida se realiza sobre a base do reconhecimento mútuo de todos seres humanos. Pois, uma ética global não pode operar com exclusões de nenhum tipo, sejam elas exclusões de inimigos, sejam de estranhos. Mesmo que tais processos de exclusão tenham sido de fundamental importância para Estados e culturas nacionais, eles são inadmissíveis para uma ética global. Neste caminhar o ser humano é identificado como tutelado pela comunidade internacional, e não apenas como interesse de tutela do Estado.
Ainda há outra discussão em escala mundial além da questão da ética e moral, a mundialização do capital. Veremos essa discussão na proxima postagem.


[1] FROEHLICH, Charles Andrade; VIEIRA, Gustavo Oliveira. Ética global e proteção internacional da pessoa humana: dilemas da transnacionalização. Revista de Estudos Constitucionais, Hermenêutica e Teoria de Direito, São Leopoldo, 1(1): 16-27 jan.-jun., 2009.
[2]Kant pensava que a moralidade pode resumir-se num princípio fundamental, a partir do qual se derivam todos os nossos deveres e obrigações. Chamou a este princípio “imperativo categórico”. Exprimiu-o desta forma:“Age apenas segundo aquela máxima que possas ao mesmo tempo desejar que se torne lei universal.”Mais adiante, na mesma obra, afirmou que se pode considerar que o princípio moral essencial afirma o seguinte:“Age de tal forma que trates a humanidade, na tua pessoa ou na pessoa de outrem, sempre como um fim e nunca apenas como um meio.”Kant pensava que se tomarmos a sério a ideia da dignidade humana seremos capazes de entender a prática da punição de crimes de uma forma nova e reveladora.

[3] Cf. ZIRFRAS,Jörg. Ética global como ética local. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0101-73302001000300002 

[4]FROEHLICH, 2009, p. 21.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

APONTAMENTOS SOBRE INTIMIDADES NO NAMORO



INTIMIDADES NO NAMORO
Ec. 9.7-10: Vai, pois, come com alegria o teu pão e bebe com coração contente o teu vinho, pois já Deus se agrada das tuas obras. Em todo o tempo sejam alvas as tuas roupas, e nunca falte o óleo sobre a tua cabeça. Goza a vida com a mulher que amas, todos os dias da tua vida vã, os quais Deus te deu debaixo do sol, todos os dias da tua vaidade; porque esta é a tua porção nesta vida, e no teu trabalho, que tu fizeste debaixo do sol. Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque na sepultura, para onde tu vais, não há obra nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma.

Quero tratar desse assunto em dois níveis: o primeiro mais humano, carnal, no nível de hormônios, no nível do relacionamento com o outro, mas horizontal. O outro nível algo mais espiritual, tendo a consciência de sermos templo do Espírito de Deus, onde Ele habita.

  1. Antes, algumas definições sobre Ética e Moral
DEFINIÇÃO DO TERMO ÉTICA
Como definir ética? Ética é a ciência (estudo/ensino) que se ocupa com a conduta do ser humano, focando especialmente sua responsabilidade pela organização da vida na sociedade (e perante Deus). Dr. Werner Wise, citando Rabusque, define ética como: “ciência normativa do agir humano em vista do seu fim último”[1].

Ética descritiva significa que a tarefa da ética consiste em analisar e descrever a história da conduta do ser humano. Portanto, ética descritiva constata como o ser humano (cristão ou não) se comporta. É evidente que ética não se pode limitar apenas a essa tarefa. Daí a expressão ética normativa.

Ética normativa significa que a tarefa principal da ética é perguntar: como o ser humano deve se comportar? Neste caso está em questão a verdade. Na definição da ética normativa podemos utilizar a seguinte colocação: ela pressupõe a existência da verdade. Neste caso para detectá-la necessita-se de normas ou critérios formulados a partir da verdade. Sendo assim, a ética normativa pressupõe que o ser humano tenha a liberdade para agir desta ou daquela maneira.[2]

Ética e Moral: Sugere-se a união dos dois termos. Os dois estão intimamente ligados. A proposta é: A moral deve ser reservada para nós como o conjunto de códigos ou juízos que pretende regular, de forma reflexiva, as ações concretas das pessoas, seja no que tange ao comportamento individual, social, ou com respeito ao relacionamento com a natureza.
Oferecendo normas com conteúdos concretos, a moral procura responder à questão: QUE DEVO FAZER?

O que eu devo fazer, a moral responde essa pergunta (dar lugar aos mais velhos, etc) tem a ver com os costumes, os hábitos... (o que eu faço com o lixo é uma questão de moralidade)
Algumas questões já são definidas, são escolhas que estão definidas pela escolha social: tomar banho, usar roupas, escovar os dentes.

Algumas regras não estão escritas, mas todos respeitam e se organizam a partir de determinadas convenções, pois, fazem parte delas. Quem transita entre meios diferentes percebe as diferenças, mesmo que de forma sutil.

Ética: Constitui um segundo nível de reflexão, que se volta para os códigos, juízo e as próprias ações morais.

Desencadeando sempre um momento reflexivo (crítico), a pergunta relevante da ética é: POR QUE DEVO FAZER?

Em outras palavras, a ética tem de justificar e fundamentar, mediante a reflexão teórica, filosófica ou teológica (reflexão conceitual e com pretensões de validade universal), e as escolhas morais, isto é, tem de acolher o mundo moral sem sua especificidade e sustentá-lo reflexivamente.

Ética e moralidade vivem em estado cíclico. Quando gera um problema, isso é a crise. A crise é um questionamento ético em relação a prática moral. Seguindo alguns comportamentos e sempre questionando se esses comportamentos estão corretos.

A questão ética me faz responder as seguintes questões: Devo, quero, posso. O dever tem a ver com a questão ética, querer tem a ver com energia pessoal; posso tem a ver com a condição (levar o lixo, etc...).

Ao fazer esses questionamentos, isso me faz ser humano, é a imagem de Deus.

A cada dia as escolhas se tornam mais amplas, mais complexas...

MORALISMO – Está vinculado com uma distorção. Moralismo define, de forma crítica, toda tentativa filosófica ou teológica que se consagra exclusivamente à moral como um princípio fundamental e absoluto de agir.

Exclui de antemão todos os outros aspectos da vida como moralmente irrelevantes. Ou seja, pegar um aspecto da vida e generalizá-lo (e.g., como a pornografia na internet). Se há pornografia na internet, isso não quer dizer que toda a internet não serve. Ou ideias que circulam sem lógica. O moralismo “rompe” com a idéia cíclica entre ética e moral, o livre pensar.

Vivemos toda a vida no nível da moralidade. Às vezes questiono, mas se questionar sempre, ficamos louco... 90% da vida é no piloto automático...

A realidade é muito dura para se ficar todo o momento se questionando e olhando no fundo das coisas...

Estamos convivendo com o pluralismo da moralidade. O grande problema é como nos movemos nesse meio.

  1. É necessário ter algumas consciências para viver a vida:
a.    A vida é passageira, mas precisa ser vivida um dia de cada vez, não se pode adiantar as etapas, há um tempo determinado para tudo, inclusive biologicamente;
b.    Podemos fazer coisas em segundos que nos arrependeremos para o resto de nossas vidas. Uma noite, um dia, um encontro, um sim que deveria ter sido um não, pode significar anos de sofrimento, traumas, marcas e cicatrizes;
c.   Hormônio não tem religião. Não importa se é pentecostal, tradicional, católico, muçulmano, etc. testosterona e progesterona são opostos que se atraem. Não teste os seus limites, ou como se diz, não dance na beira do abismo;
d.    A Bíblia diz: “sujeitai-vos a Deus, resisti ao Diabo e ele fugirá de vós”. Mas como me ensinou um velho pastor, o Diabo foge, mas não procure resistir a mulher, fuja dela, ou no caso de você moça, fuja dele. Não tente resistir, fuja!!
e.    Lembre-se rapaz, quando você estiver com a sua namorada, se você tiver uma irmã, o que você não gostaria que fizessem com ela, ou com a sua filha quando você tiver a sua. Lembre-se moça, isso também vale para você;
f.     Mulheres que atraem o homem somente pela beleza, ou pela exposição do corpo, se sentirão inseguras quando a beleza faltar. Homens que estão com você por causa do tamanho da sua saia, ou das partes do seu corpo, fatalmente se sentirão atraídos por outras quando você não lhe satisfizer mais. Além do que, geralmente a roupa que usamos passa alguma mensagem...
g.    Pureza sexual não é caretice, é sabedoria. É saber escolher, é não viver por instinto como animais irracionais, mas por raciocínio e sentimento; isso tem haver com a ética reflexiva, que gera a prática moral.
h.    Qual o limite do tempo de namoro? O tempo suficiente para você decidir se é essa pessoa que você quer ter ao seu lado todos os dias da sua vida;
i.   Carinho é diferente de carícia. Defraudar alguém é despertar desejos que você não poderá suprir;
j.   Quando a carícia substitui o carinho, o afeto, torna-se algo animal, instintivo. Isso dura pouco e vicia, pois libera alto grau de dopamina no cérebro causando uma sensação de bem-estar, mas que quando passa, gera frustração e leva o indivíduo a querer ir sempre mais além;
k. Não posso dizer que isso é científico, mas Faculdades teológicas Americanas, entrevistaram um número grande de pessoas e compararam respostas de quem teve parceiros variados antes do casamento (mesmo sendo crentes) e os que se mantiveram castos, o resultado é que pessoas com um maior número de parceiros tendiam a ter mais dificuldade em manterem se fiéis ao cônjuge, além de lembranças do passado mal curadas, traumas, mágoas que traziam junto para a relação.

  1. Agora em uma dimensão mais espiritual – SOMOS TEMPLO, HABITAÇÃO DE DEUS / A IMAGEM DE DEUS ESTÁ EM NÓS / O OUTRO TAMBÉM É IMAGEM DE DEUS
a.       Se tudo o que eu disse não fez significado para você, entenda que Deus não habita em templos feitos por mãos humanas, igrejas, casas, catedrais... A Divindade habita em nós, mesmo nós sendo meros humanos mortais...
b.    Deus escolheu salvar-nos. “A vós também, que noutro tempo éreis estranhos, e inimigos no entendimento pelas vossas obras más, agora contudo vos reconciliou, no corpo da sua carne, pela morte, para perante ele vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis” (Cl 1.21-22). “E, quando vós estáveis mortos nos pecados, e na incircucisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-vos todas as ofensas, havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz.” (Cl 2.13-14) Aqueles que por graça creram em Cristo como o Filho de Deus, “O qual nos tirou da potestade das trevas, e nos transportou para o reino do Filho do seu amor; Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a saber, a remissão dos pecados;” (Cl 1.13-14).

c. Ele Habita em nós:

“Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós”? 1 Co3.16
“Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos”? 1 Co 6.19
“O Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós.” Jo 14.17

    1. Existe um caminho de volta...
Deus é Pai, pai não abandona filho. Pai que abandona filho não merece o título de pai. É possível desenvolver uma dieta espiritual; encher a mente de coisas de Deus, esvaziar de coisas animais, e enche-la de coisas espirituais, que são eternas, salvam a sua alma; curam as suas feridas, lhe oferecem novas possibilidades...

Relacionamentos podem ter te machucado. Você pode ter sido mal tratada, incompreendida, assediada, pode ter doido. A consciência não lhe deixa em paz. O diabo aproveita e acusa...
Deus tem cura para a sua alma. Ele tem um caminho de volta, ele tem balsamo para as suas feridas, roupas novas para você, calçados para o seus pés, anel para o seu dedo, uma festa lhe aguardando... Aceite o convite da graça: vinde a mim todos vós...


[1] WISE, Werner. Ética Fundamental: critérios para crer e agir. São bento do Sul, SC: Editora União Cristã, 2008. p, 23
[2] Idem.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Às vezes esquecidos...



Você já vivenciou alguma situação, realizou algum trabalho ou tarefa que passou despercebido, ninguém notou? Como isso é terrível! Você dá um duro danado e ninguém valoriza, e às vezes nem sequer ouve um: “muito obrigado”. Como sugestão de leitura feita por Reginaldo Pereira de Morais (RTM), li a pequena história do rei Jotão que acredito que ilustra um pouco esse sentimento.

Preciso confessar que quado reli o texto da história do rei Jotão em 2 Crônicas 27.1-9, o que me veio a mente foi: “só isso”? Jotão reinou por dezesseis anos, fez tantas contribuições positivas, mas o cronista utilizou apenas nove versículos para falar sobre um bom rei. No primeiro olhar parecia injusto, afinal outros reis inferiores (e não foram poucos) tiveram bem mais linhas dedicadas as suas histórias de vidas do que Jotão.

Contudo, deixando esses pensamentos humanos de lado, e olhando novamente para o texto, podem-se descobrir algumas pérolas, que não poderiam estar (e não estão) nas histórias de reis como, por exemplo, Manassés, Roboão, Acabe, entre outros, que destacam a grandeza espiritual de Jotão, especialmente os versículos dois e seis. Lendo com a perspectiva das pérolas colocadas neste texto pelo cronista real, pode-se fazer um paralelo com nossa vida hoje. Há situações ou momentos dos quais, embora tenhamos feitos muitas coisas boas, a maioria de nós não será lembrado ou levado em consideração. Todavia, ao invés de ficarmos revoltados (como alguns ficam), ou desanimados, devemos continuar a fazer o que deve ser feito. Mesmo que os detalhes das nossas ações não apareçam, é preciso cultivar uma vida de valor. Devemos dirigir nossos passos em conformidade com a vontade do Senhor. E quando conseguirmos esse padrão, será maravilhoso saber que alguém poderá resumir a nossa história com aquela frase: “fez o que era reto aos olhos do Senhor”.

Entendo que isso é bonito na teoria e complicado na prática. Vivemos em um mundo que bom caráter não ganha um “óscar”, onde o mundo é “dos mais fortes”, como o título de um filme premiado por hollywood “onde os fracos não tem vez”. Estamos em uma época onde há um número de pessoas (e às vezes tenho a impressão que é crescente) que sempre acham que nossas ações de hoje são meros investimentos para o amanhã, não acreditam mais em sentimentos altruístas. Assim como os irmãos de Davi que não acreditavam que ele estava no acampamento de batalha apenas para lhes levar o almoço, embora nos planos de Deus havia um gigante a ser derrotado.

Mas se porventura as pessoas não souberem dar o devido valor aos seus feitos, não se preocupe. Melhor ainda será ouvir as maravilhosas palavras de Jesus: “Venham benditos de meu Pai! Recebam como herança o Reino que lhes foi preparado desde a criação do mundo” (Mt 25.34). Sendo assim, não procure e nem se preocupe com a honra dos homens, ela é passageira. Mas faça o seu melhor servindo ao Senhor, pois a honra que Deus concede dura para sempre. Pois ele, somente ele, é justo o suficiente para lembrar-se e recompensá-lo ao seu tempo. Tenha certeza: o tempo de Deus sempre chega! Como se diz, os bons frutos crescem em silencio.

Deus não é injusto; ele não se esquecerá do trabalho de vocês e do amor que demonstraram por ele, pois ajudaram os santos e continuam a ajudá-los.
Hebreus 6.10

sábado, 4 de fevereiro de 2012

AS OBRAS DO SENHOR




Ultimamente tenho lido alguns livros do Pr. Eugene Peterson que tem me inspirado teologicamente sobre a questão da oração/espiritualidade. Baseado nisso, nessa semana que falar algo sobre o Salmo 46.

Dois mandamentos nos direcionam do mundo da mente pequena da auto-ajuda ao imenso mundo da ajuda de Deus. Primeiro, “venham, contemplem as obras do Senhor”. Deem uma olhada longa e detalhada naquilo que Deus está fazendo. Isso requer atenção, paciência e concentração energética. Às vezes, parece que todas as outras coisas são mais barulhentas que Deus. As manchetes e frases em neon e os amplificadores de som do mundo anunciam as obras humanas. Mas, e as obras de Deus? Para muitos elas são pouco conhecidas, mas também são inevitáveis se simplesmente as olharmos. Elas estão em toda a parte. Elas são maravilhosas. Deus, no entanto, não tem agência de relações públicas. Ele não monta nenhuma campanha publicitaria para obter nossa atenção. Ele simplesmente nos convida a olhar. Neste convite, o caminho da  oração é uma forma esplendida de olhar para as obras do Senhor.

Por exemplo, posso dizer que Deus está engajado no desarmamento mundial. Todas as tentativas pelas quais homens e mulheres tentam impor à força suas vontades sobre seus semelhantes e inimigos são jogadas no lixo. A violência não funciona, nunca funcionou. Nunca funcionará. Armas não são funcionais.
A história da violência é uma história de fracassos. Nunca houve uma guerra vencida. Nunca houve uma batalha vitoriosa. O usa da força destrói toda realidade que é exercida em seu favor, quer seja honra, verdade ou justiça. Vivendo no tipo de mundo em que vivemos e sendo os pecadores que somos, às vezes não conseguimos evitar a violência. No entanto, mesmo quando ela é inevitável, não é correta. Deus não tem parte nela.

Um olhar firme e constante sobre as obras de Deus enxerga que a nossa produção tola e frenética de armas (quer elas sejam pessoais, quer nacionais, psicológicas ou materiais) está sujeitando ao desarmamento sistemático e determinado. A ação violenta é a antítese da ação criativa. Quando não temos mais vontade ou paciência de sermos criativos, tentamos expressar nossa vontade por meio da coerção. Sendo assim, sou levado a pensar que a preguiça e a imaturidade respondem por grande parte da violência mundial. Por mais predominante que a violência seja, no entanto, a pessoa em oração enxerga que ela não é a maneira como a maior parte do mundo, pelo menos não o mundo da ação de Deus, trabalha. São necessárias, no entanto, energia e maturidade para enxerga-la e sustentar essa visão.

O Salmo 46 leva-nos a outro mandamento: “aquietem-se, e saibam que eu sou Deus”. Isso é muito interessante. Parem de correr pelas ruas e percebam que há mais na vida do que as suas “correrias” permitem que vocês vejam. A inquietação nos torna incapazes de ter intimidade, de possuirmos relacionamentos profundos. Quem está disposto a manter uma conversa, da mais simples que seja, com uma pessoa que não para quieta para ouvir? Com Deus é da mesma forma. Se Deus é o centro vivo da redenção, é importantíssimo estarmos em contato com essa vontade pessoal e respondermos a ela. Deus possui uma vontade para esse mundo e precisamos estar sintonizados com ela, devemos persistir até descobri-la, até encontrar o nosso lugar nessa vontade soberana. Mas só descobriremos, se nos aquietarmos...