domingo, 29 de janeiro de 2012

A vida que vivemos...


Não começamos a vida sozinhos. Não terminamos sozinhos. A vida, especialmente quando experimentamos pela fé o ato recíproco e complexo da criação e da salvação, não é formada a partir de nossos conhecimentos culturais ou de nossa genética. Ela não é martelada para unir tábuas e pregos de nossos pensamentos e sonhos, nossos sentimentos e fantasias. Não somos autossuficientes. Entramos em um mundo criado por Deus, que já possui uma história rica que já está repleta de participantes comprometidos – um mundo de animais e de montanhas, de política e de religião; um mundo onde pessoas constroem casas e criam filho, onde vulcões expelem lavas e rios desembocam no mar; um mundo no qual, por mais que observemos, enxerguemos e estudemos atentamente, tem coisas surpreendentes acontecendo o tempo todo. Sempre nos surpreendemos porque estamos em algo que está além do nosso controle, algo que está acima de nossas cabeças. Algo criado por Quem está acima de nossa compreensão.

Então, nas palavras de Eugene Peterson, “é na oração nos realizamos e fazemos a nossa parte nesse complexo envolvimento com absolutamente tudo o que existe, não importa o quão distante ele pareça a nós ou quão indiferente sejamos a ele. Esta oração não é um trabalho secundário emocional ou estético ao qual nos entregamos depois que o nosso trabalho verdadeiro foi realizado; antes, ela é o tecido conector de nossa existência dispersa.” O mundo da criação interpenetra o mundo da redenção e o mundo da redenção interpenetra o mundo da criação. Os céus extravagantemente orquestrados e a terra exuberante formada não são o pano de fundo para promover um pouco de beleza sobre o Ser de Deus, antes, eles são a grande beleza na qual encontramos nosso lar, espaço no qual vivemos a cruz de Cristo expansivamente, de coração aberto em louvor.

Nesse espaço de vida, no tempo que Deus reservou para nós dentro da sua extravagante criação que é interpenetrada pela salvação, vivemos o paradoxo da liberdade. Somos livres para escolher, mas obrigados a fazer a escolha. Façamos as escolhas certas, cada um de nós é responsável por suas escolhas. Nesse processo de viver a liberdade e fazer escolhas, a oração é uma ferramenta indispensável para ver além.

Estremeça na presença do Soberano, ó terra, na presença do Deus de Jacó!
Ele fez da rocha um açude, do rochedo uma fonte. 
Salmos 114.7-8

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