Pensando sobre algumas práticas, discursos e mensagens de alguns líderes religiosos, descobri pouco do evangelho de Jesus, encontrei mensagens que motivam as pessoas a serem mais “estrelas” do que santos, a verem a Igreja, o evangelho (seria isso mesmo evangelho de Jesus?) como mero shows de entretenimento. Os shows? Os shows não questionam nada, nem promovem nenhuma mudança real na igreja. E o evangelho em tudo isso? E a evangelização? O evangelho é outra coisa. Porém, parece que já não é mais prioridade. A prioridade é a renovação do sentimento religioso, a redescoberta do prestígio sobrenatural do líder e do prestígio social da igreja, como já foi defendido por um famoso teólogo de nosso tempo.
Em muitos aspectos o evangelho entra em conflito, ou até mesmo em contradição com essa realidade que, para muitos, vai se tornando natural. Muitas das lideranças cristãs, no afã de verem as massas lhes seguindo acabam por adaptar a mensagem às demandas desse “mercado religioso”, com isso anunciam o que as pessoas querem ouvir. Nesse caso ocorre uma subordinação da Missão da Igreja à demanda dos consumidores religiosos.
Essa subordinação pode ser entendida como a vitória da lógica do marketing sobre a lógica religiosa ou profética. Na lógica do markenting empresa (ou igreja) procura, em primeiro lugar saber quais são os desejos dos consumidores e a partir disso elabora os seus produtos (bens físicos, simbólicos ou discursos), para atender esses desejos. Enquanto que na lógica profética procura-se conhecer primeiro a vontade de Deus, ou a verdade a ser alcançada através de uma iluminação e depois se anuncia essa verdade mesmo que ela entre em conflito como desejo da maioria da população. Os profetas sempre denunciam o que há de errado na sociedade, nas instituições religiosas e na vida das pessoas e anunciam a esperança de um novo porvir, de uma alternativa possível. Talvez por isso, que, via de regra, os profetas aos olhos humanos “sempre se deram mal”. Elias foi ameaçado de morte, assim como Eliseu, Jeremias foi preso, Daniel traído... a lista seria longa se fossemos tratar de todos, inclusive os discípulos que sofreram martírio, os cristãos primitivos da igreja, etc.
A mensagem do evangelho sempre andou na contra-mão do sistema. Nunca agradou a maioria, sempre questionou, por isso éramos (somos?) chamados de protestantes. Profetas protestam contra o pecado, corrupção, exploração, abuso do nome de Deus. Denunciam o pecado de uma sociedade consumista que quer um Deus apenas para atender as suas necessidades temporais. Jesus pode atender as necessidades temporais (não se nega isso), contudo, está mais interessado em salvar a alma, pois ela não deixa de existir, não pode ser destruída.
Senhor, precisamos urgentemente de profetas neste século XXI!! Porém, quando eles anunciarem as suas Palavras, não nos deixe apedrejá-los, nem trancafiá-los, nem expulsá-los. Que nossos corações sejam compungidos no temor ao único Deus, soberano, salvador e galardoador daqueles que O buscam.
Na verdade estamos vivendo os últimos dias, os homens querem crer numa simples toalhinha "com poder de cura", mas não querem seguir e acreditar no Poder da palavra. É mais "rentável" pela ótica humana ser curado de uma enfermidade hoje, sem ter salvação (apenas receber o milagre), do que esperar a Redenção de Cristo com salvação, aceitando a Ele (o que pra o mundo é loucura). Daí surgi os lobos transvestidos de ovelhas para sugar e se promover sobre pessoas vazias, que são levadas por todo vento de doutrina, não experimentando a palavra da justiça (Hb 5.13), mas sim, uma atração religiosa.
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