segunda-feira, 30 de abril de 2012

OS SÍMBOLOS DA MISSÃO




Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo (Jo 17.18)


Penso que a oração sacerdotal é um tipo de relatório de final de ministério. Jesus cumpriu tudo o que estava no plano de Deus. Jesus guardou todos que foram confiados a ele, inclusive Judas. Se você ler o texto da última ceia, verá que Jesus disse que o traidor é o que molha o pão na sopa, “o que mete comigo a mão no prato” (Mt 26.23). O contexto cultural nos diz que só os amigos faziam isso. Quando Jesus diz isso, penso que ele estava dizendo: “Eu sei que você vai me trair, mas o meu prato continua aqui”. A atitude de traição de Judas não mudava o fato de quem era Jesus, ou seja, as atitudes dos outros não pode mudar quem você é. Judas, por sua vontade, escolheu o seu caminho. Um dos símbolos da missão é a identidade de quem é Jesus.

Nesta oração/relatório Jesus fala da vocação da Igreja, que é enviada assim como ele foi enviado. Nessa caminhada ministerial de Jesus, nosso modelo quero destacar de forma bem simples mais alguns símbolos da missão, ou da vocação:

Quero destacar a manjedoura.  Manjedoura fala de simplicidade que é o oposto à opulência, a ostentação, pois o ministério não vive apenas de situações fantásticas. Deus pode fazer coisas fantásticas, mas também existem dias de calmaria, e, aos olhos humanos até de insignificância. Mas assim é o mistério do Reino, uma pedra preciosa escondida em um terreno que ninguém quer (Mt 13.44), uma semente insignificante, mas que ao crescer torna-se a maior árvore da plantação (Mt 13.32).

Destaco ainda o deserto, que ao meu ver significa a busca de si mesmo. No deserto Moisés perguntou: quem sou eu, Senhor? A imagem que Moisés tinha de liderança era a de Faraó, imagem de pompa, grandeza. No deserto nós nos despojamos de tudo para nos encontrarmos com Deus. No ministério de Jesus, ele passa no deserto para demonstrar que a glória é de Deus. Em determinado momento do Ministério de Jesus, uma mãe quer buscar um lugar melhor para os seus filhos na eternidade, a visão humana de posição e destaque. Jesus reorganiza a mente daquela mãe mostrando que os princípios do Reino de Deus são proporcionalmente inversos aos princípios do reino dos homens: “na eternidade é maior quem é menor, é líder, quem serve, quem obedece” (Mt 20.20-28;Mc 10.35-45; Lc 22.24-26). Só Deus pode ser reconhecido Rei em cima de um jumento, ou pregado na cruz.

Sendo assim, Missão é o Calvário. Deus enviou Jesus ao Calvário onde ele nos redimiu. Jesus nos enviou ao mundo para anunciar esse perdão. Ou seja, a Cruz é o grande palco da atuação de Deus, o Getsêmani, o Calvário.
Isso nos leva a algumas questões.

1)      A que missão somos chamados a obedecer? A fazer discípulos. A vida do discípulo é marcada por felicidade subjetiva [ter coisas é alegria subjetiva] questões espirituais, isso é felicidade na vida. Seguir a Jesus nos torna feliz, o restante é consequência.
2)      O discípulo trata dos seus olhos. Jesus diz que os olhos são a luz do corpo.
A tendência do mundo é cobiçar o próximo com seus olhos. A tendência do muçulmano fundamentalista é cobrir a mulher totalmente. O discípulo, cobre seu olho.
3)      O discípulo celebra a vida. Paulo preso escreve aos filipenses: regozijai-vos no Senhor.

Dentro dos símbolos da missão de Jesus, percebemos que a formação dos seus discípulos só foi possível porque ele andou com eles. Quando foram prender Jesus precisou beija-lo para que o identificasse tal era a semelhança dele com os demais. Somos enviados no modelo de Jesus: Assim como o pai me enviou eu também vos envio (Jo 20.21).

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