quarta-feira, 18 de julho de 2012

Alcançando Misericórdia



Escrevo poucas palavras sobre misericórdia com base no Salmo 51. Esse Salmo é dirigido a Deus. É uma oração, primeiramente por perdão, com uma confissão humilde de atos pecaminosos provenientes de uma natureza pecaminosa com sua raiz amarga. Na sequencia Davi clama por renovação e santificação por meio do Espírito Santo.

Este Salmo não é um estudo teológico bem elaborado, mas é um clamor apaixonado de um coração profundamente atribulado. Há neste salmo um movimento natural de pensamento, que inicia por um clamor por perdão, e segue com a percepção mais profunda do problema, depois segue com uma oração por pureza e promessa se servir a Deus.

Este Salmo poderia ser contemporâneo nosso. Todos os dias pessoas são afligidas por sua consciência, ou acusadas pelo mal, ou por outras pessoas, por pecados praticados, sejam eles premeditados, ou não.
Acredito que Davi tem algumas coisas a nos ensinar.

Em primeiro lugar não podemos fazer pressão por perdão. A petição é baseada na graça e misericórdia de Deus, nada em nós (vv. 1-4).

A petição inicial, “compadece-te de mim”, é a linguagem que não faz jus ao favor, que implora benignidade, porém, é uma palavra da aliança. Apesar de nada merecer, Davi sabe que ele ainda pertence a Deus. É como o paradoxo nas palavras do filho pródigo: Ao mesmo tempo que se refere ao seu pai como “pai”, diz:  “... já não sou digno de ser chamado teu filho”. Ou seja, a despeito dos problemas permanece filho!!

Davi sentiu uma culpa profunda por sua conivência, mentira, adultério, e, finalmente assassinato. Por trás dessas transgressões ele consegue enxergar a raiz e a causa desse problema. Assim ele ora a Deus para que o purifique do seu pecado. Ele não procura encobrir ou desculpar-se. Embora outros tivessem sido extremamente injustiçados, na essência todo o pecado é contra Deus, e Deus será o juiz.

Em segundo lugar, reconhecer que temos um problema é fundamental para a restauração (vv. 5-9). A convicção de Davi se aprofunda ao incluir não somente o que ele fez, mas também o que ele era por natureza: “Em iniquidade fui formado”. Ou seja, concebido em pecado (5). As tendências e disposições pecaminosas têm sua origem na contaminação da raça humana, parte da dívida do homem como nascido de uma raça caída.

Essa percepção leva Davi a uma oração renovada por purificação. Utiliza o termo hissopo, que trata de um ramo de arbusto usado para aspergir o sangue sobre um leproso para a sua purificação e cura (Lv 14.4; Hb 9.13,14; 1 Jo 1.7). A palavra “lava-me” é impressionante! Tem duas possibilidades no Hebraico, uma lavagem normal na água com sabão; ou como as mulheres lavavam roupas muito sujas batendo na pedra. Ou seja, ao invés de um banho quente e relaxante Davi prefere um tratamento profundo. Ele sabe que o pecado está entrincheirado em sua natureza e que Deus literalmente precisa tirá-lo com batidas! Assim ele ficará mais alvo do que a neve, sem nenhuma partícula de poeira ou fuligem.

A convicção do pecado era tão forte que era semelhante a dor de ossos quebrados. Ossos significam a força e a estrutura do corpo, por isso esmagar os ossos é uma figura muito forte que significa uma prostração completa, tanto mental quanto corporal. A intervenção e a ação de Deus são a única esperança do salmista (9).

Em terceiro lugar, aprendemos que aos perdoados Deus restabelece a alegria e a paz, que são consequências de um coração que se torna ensinável (vv. 10-13). Assim, o resultado é um coração puro, e a renovação de um espírito Reto. A palavra cria tem o significado de uma operação criativa de Deus. Ou seja, uma nova vida. Davi não deseja uma restauração do que existia antes, mas uma mudança radical do coração e do espírito.

Espírito reto é um espírito estável, ou espírito inabalável. Com isso o salmista está convicto que Deus assegurará a sua presença e a plenitude do seu Espírito Santo. A pureza resultará na alegria da salvação e a manutenção de um espírito voluntário, ou pronto a obedecer.

O Salmo nos ensina que aos perdoados o caminho natural é proclamar a salvação do Deus perdoador, assim como prometer adorá-lo para sempre. Nossa vida, precisa do perdão de Deus. Deus quer nos perdoar. Devemos voltarmo-nos a ele, confessar nossas transgressões. Assim seremos limpos, tratados. Teremos uma vida de paz e felicidade na presença do Senhor que nos criou. Aproveitemos e vivamos a liberdade cristã que só a fé em Jesus Cristo como filho de Deus pode oferecer.

Cria em mim um coração puro, ó Deus, e renova dentro de mim um espírito estável.
Não me expulses da tua presença, nem tires de mim o teu Santo Espírito.
Devolve-me a alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito pronto a obedecer.
Salmos 51.10-12

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Assembleia de Deus é a maior Igreja Evangélica do Brasil




Em 1940, ano em que o quesito religião começou a fazer parte do censo do IBGE, mais de 95% das pessoas se declaravam católicas; nos anos 70, esse número já havia baixado para 90% e em 1991 a porcentagem chegou a 83%, em 2010 o percentual estava em 64,6% da população. No entanto, a quantidade de evangélicos, que envolve diferentes congregações, como a Assembleia de Deus, com mais de doze milhões de fiéis, cresceu de pouco mais de 2%, em 1940, para mais de 22,2%, segundo o censo de 2010. Há projeções que em 20 anos mais da metade da população seja evangélica. Nesse caso a Assembleia de Deus ultrapassa 30% do total de evangélicos do Brasil.

Outro dado interessante que fica claro no censo, que as projeções já demonstravam, é que igrejas que estão na mídia podem ter mais projeção e exposição televisiva, porém não possuem presença real e física na totalidade do território nacional. Nesse caso, por exemplo, a Igreja Universal diminuiu a sua membresia em mais de 300.000 pessoas em relação ao censo do ano 2000, ficando com um total de 1,9 milhão de membros. Sendo que é a primeira vez que é registrada uma diminuição relacionada de uma igreja que não seja fruto de imigração (como por exemplo, os luteranos que historicamente no Brasil estão associados a imigração alemã). Contribuindo ainda para esse fenômeno o surgimento de novas igrejas na mesma linha de trabalho da Universal. Como diz o sociólogo Ricardo Mariano, “esse fenômeno contribui para a privatização da fé em relação a essas igrejas, onde não há um compromisso específico com a organização em si”. Nesse caso há o interesse pessoal, por exemplo, na “bênção”, levando o fiel a migrar para onde mais lhe interessa. Criando o fenômeno da igreja flutuante.

É necessário citar a questão da mídia em relação às igrejas. Há uma linha na missiologia que defende a importância das mídias para a evangelização, como rádios, televisão, internet, entre outros. Obviamente concordo com isso. Contudo, implantação de igreja está identificada com relacionamento pessoal, como contato direto. As mídias somam no processo de evangelização, mas não são determinantes, e o crescimento contínuo da Igreja Assembleia de Deus, que está intrinsecamente ligada à sua constante evangelização e a prática de implantação de igreja, é um prova disso.

Se a média nacional é de 22,2% da população evangélica, na Paraíba é de 15,1%. A SEMAD-PB possui uma parceria com a Sepal para realizar uma pesquisa no estado e cruzá-los com os dados obtidos do censo. Pessoalmente penso que quando concluirmos esse levantamento, o resultado nos surpreenderá.

Nós, paraibanos, ainda temos muita terra a conquistar, mas é inegável o avanço. No censo passado havia dezenas de municípios com menos de 1% de evangélicos em nosso estado. Graças a Deus essa realidade não existe mais! As análises preliminares demonstram que menos de 20 municípios dos 223 possuem menos de 5% de evangélicos (ainda estamos fazendo uma análise mais profunda nos dados do censo e posteriormente daremos dados mais precisos). Obviamente esse crescimento é fruto de trabalhos de várias igrejas, mas nós, que fazemos parte da Assembleia de Deus e que estamos presente em todos os municípios do estado, temos sido incansáveis em projetos de evangelizações em pequenas cidades, distribuição de literaturas (somente a SEMAD, nos últimos 7 anos confeccionou e distribuiu mais de 1 milhão de literaturas evangelísticas), obreiros de nossa igreja implantaram centenas de igrejas em regiões consideradas não alcançadas nos últimos 10 anos. Somente a igreja da capital, após a presidência do Pr. José Carlos de Lima, implantou mais de 60 igrejas nesses 10 anos!

Vamos seguir em frente. Sabemos que Deus tem interesse nesse projeto e é Ele que dará as estratégias e o crescimento. Junte-se a nós, ainda há muita terra a ser conquistada.

Pr. Eduardo Leandro Alves
Sec. Exec. de Missões da SEMAD-PB